Eles são poucos no conjunto da população indígena, mais jovem que a do restante do Brasil. E dezenas já morreram infectados pelo novo coronavírus. Lideranças reconhecidas em suas comunidades e no exterior, como Bernaldina José Pedro, macuxi recebida em 2018 pelo papa Francisco. Ou Feliciano Lana, da etnia desana, artista plástico com obras expostas no Museu Britânico.
Neste episódio, Arlisson Munduruku conta a história do pai, Amâncio Ikon Munduruku, vítima da doença aos 59 anos. Deve-se à luta de Amâncio, entre outras conquistas, a primeira escola da rede pública a ensinar também a língua munduruku na região do médio Tapajós. “A minha aldeia sofre com a perda do meu pai, porque a gente olha pro posto de saúde e enxerga ele. A gente olha pra escola e enxerga ele”.
Participa ainda do podcast a antropóloga Aparecida Vilaça, professora do Museu Nacional da UFRJ e autora do recém-lançado “Morte na Floresta”. Ela explica que a perda dos anciãos representa muito mais do que a destruição de um arquivo: “Não pode ser substituído. É conhecimento encarnado”.